Saúde Mental e Segurança não Tiram Férias

Só porque o ano letivo terminou, não significa que a crise enfrentada pelos nossos alunos acabou.

Na verdade, os dados sugerem o oposto.

Durante o ano letivo de 2022-23, o suicídio disparou para a segunda principal causa de morte entre crianças de 10 a 14 anos nos Estados Unidos. Pesquisas mostram que alguns jovens são mais afetados do que outros. Quase 1 em cada 3 meninas do ensino médio disse ter considerado suicídio. Estudantes negros eram mais propensos do que estudantes asiáticos, hispânicos ou brancos a tentar tirar a própria vida. E 1 em cada 3 estudantes LGBTQ+ relataram ter feito um plano para isso.

As escolas estão sentindo a pressão. Setenta por cento das escolas públicas em todo o país relataram um aumento no número de alunos que buscaram serviços de saúde mental desde 2020, mas apenas 12% dos educadores concordaram fortemente que sua escola era capaz de atender efetivamente a essa necessidade. Enquanto isso, o Boletim de Saúde Mental dos EUA relatou que apenas dois estados — Idaho e D.C. — atendem à proporção recomendada de um psicólogo escolar para cada 500 alunos, com alguns estados tendo apenas um psicólogo escolar para mais de 4.000 alunos.

Estamos surpresos que os alunos estejam passando despercebidos pelo sistema? Estas não são "rachaduras" no apoio à saúde mental escolar — são crateras que engolem milhares de alunos.

Certamente, a crise que nossos jovens enfrentam não se limita à saúde mental. Se você está acompanhando, sabe que a principal causa de morte entre jovens nos EUA agora são armas de fogo.

A maior parte da violência armada que afeta crianças e adolescentes ocorre fora da escola. Mas qualquer violência que ocorra em uma sala de aula ou durante uma atividade educacional é inaceitável. Em 2022, houve mais tiroteios em escolas do que em qualquer ano desde 1999. Em 2023, o Banco de Dados de Tiroteios em Escolas K-12 registrou 182 incidentes com armas de fogo em escolas até o momento. Isso é mais de um por cada dia de aula neste ano. Em junho, um tiroteio mortal em uma cerimônia de formatura do ensino médio tirou a vida de um graduado de 18 anos e seu pai, além de deixar mais pessoas feridas e traumatizadas.

O que será necessário para que a saúde e a segurança dos jovens se tornem uma prioridade? A evasão pode ser uma estratégia popular de regulação emocional, mas as férias não impedirão que esses desafios persistam quando o novo ano letivo começar.

Proibir livros não resolverá. Nem proibirá os alunos de falarem sobre identidades de gênero. Nem removerá o aprendizado social e emocional nas escolas. Despojar nossos sistemas escolares de instrução sobre as belas diferenças que nos definem, ao mesmo tempo em que remove os programas baseados em evidências que ensinam as habilidades e estratégias necessárias para dialogar sobre essas diferenças, não ajuda ninguém Nem os exercícios de atirador ativo. Décadas de ciência confirmam que os alunos não aprendem quando não se sentem seguros. É simples assim. Em um momento marcado por um desempenho acadêmico historicamente baixo dos alunos, os esforços para fortificar as escolas com medidas de proteção física e exercícios de atirador ativo têm tido efeito contrário. Você sabia que 95% dos alunos de escolas públicas dos EUA participam de exercícios de atirador ativo, apesar de não haver evidências reais de que são eficazes em promover experiências mais seguras na escola? Ah, com certeza, há evidências crescentes, no entanto, de que essas intervenções estão aumentando o estresse, ansiedade, depressão e preocupações com a morte entre os alunos, e que o desempenho acadêmico diminui nos dias e semanas após um exercício.

De que estamos protegendo nossos filhos, se não é seguro para eles aprenderem na escola?

Problemas intratáveis requerem soluções coletivas.

Cada um de nós pode desempenhar um papel na promoção da saúde e segurança de todas as crianças no próximo ano letivo. E não precisamos esperar até o primeiro dia de aula para começar:

Pais, conversem com seus filhos. Como eles se sentem em relação ao último ano letivo? Não pare em "aliviados por ter acabado." Emoções são informações. Explore a fonte desse alívio. O que seus filhos gostariam de ter tido no último ano letivo para apoiá-los? Eles podem identificar um adulto de confiança na escola? Relacionamentos importam para as experiências dos alunos na escola; relacionamentos de confiança e apoio impulsionam o desempenho acadêmico positivo dos alunos e o desenvolvimento social e emocional. Comece com os relacionamentos. Entre em contato e agradeça a um educador por fazer a diferença ou solicite seu apoio para seu filho.

Educadores, considerem, quem são cinco alunos da sua turma que mais precisarão que a escola funcione para eles no próximo ano letivo? O que você pode fazer para garantir que os educadores que trabalharão com eles tenham o que precisarão? Você tem o que precisa para apoiar o próximo grupo de alunos que está chegando? Pergunte aos seus administradores como você pode garantir esses apoios, como treinamento, pessoal e tempo, para o próximo ano letivo.

Administradores, considerem, quem são cinco educadores em sua escola que mais precisarão que a escola funcione para eles no próximo ano letivo? Como você pode alavancar seus recursos para construir sistemas de apoio para sua comunidade escolar? Quais iniciativas já estão em andamento que podem ser conectadas para promover a saúde mental e a segurança escolar? Quais políticas ajudariam você a ajudar seus alunos e a escola agora?

A coisa mais irresponsável que poderíamos fazer agora é esperar que, quando retornarmos para o próximo semetre ou ano letivo, nossos filhos estejam bem. Nossos alunos estão nos dando todos os sinais de alerta, e precisamos vê-los antes que seja tarde demais. Vamos fazer o próximo ano letivo ser lembra do como o ano em que restauramos nosso compromisso com a juventude e uns com os outros e nos unimos para melhorar as condições que permitirão que todos prosperem.

Saiba mais em: https://www.edsurge.com/news/2023-07-10-youth-mental-health-and-safety-don-t-take-a-summer-break

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