Como melhorar as habilidades de escrita na sala de aula de STEM

Uma consideração constante para educadores é como melhorar as habilidades de escrita entre seus alunos, o que se torna ainda mais complexo quando aplicado à sala de aula de STEM. Nas palavras do Dr. Richard Warren, “Ciência não é arte, mas há uma arte em comunicar ciência.”

Boas habilidades de escrita são essenciais na sala de aula de STEM, tanto no ensino médio quanto no ensino superior, não apenas como meio de comunicação, mas como ferramenta para que os alunos esclareçam e articulem seu próprio pensamento. A capacidade de transmitir ideias com clareza e precisão é fundamental para o sucesso nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Além disso, essa habilidade ganha uma nova importância com a integração de ferramentas de IA generativa, como o ChatGPT, na educação e nas rotinas dos alunos, oferecendo tanto oportunidades quanto desafios para o aprendizado em STEM.

Neste blog, exploramos estratégias práticas para melhorar a escrita dos alunos na sala de aula de STEM, para que educadores possam fomentar produções originais e baseadas em evidências, capacitando os alunos a comunicar suas ideias com confiança, precisão e integridade.

Ensinar habilidades de escrita em STEM: de quem é a responsabilidade?

Um tópico amplamente debatido na educação é quem deve ser responsável por ensinar escrita aos alunos. Invariavelmente, essa tarefa recai principalmente sobre os professores de língua inglesa, mas, à medida que a prática de ensino evolui, essa responsabilidade tem se estendido para outras áreas do conhecimento.

Enquanto professores de inglês cobrem os fundamentos, ensinar os alunos a escrever para áreas específicas — como aquelas em STEM — geralmente é exigido dos próprios educadores dessas disciplinas. Sabemos que a escrita em STEM é diferente da escrita nas aulas de inglês ou ciências humanas. Então, por que fingimos que os alunos deveriam saber automaticamente o que fazer apenas com base nas instruções recebidas em aulas de língua inglesa?

Para abordar as habilidades científicas e técnicas associadas à escrita em STEM, professores dessas áreas também devem ensinar escrita no contexto de seus conteúdos. Deve haver ênfase em uma abordagem orientada ao processo de escrita, em vez de se fixar no produto final — uma necessidade que se tornou ainda mais urgente em uma era em que ferramentas como o ChatGPT podem auxiliar alunos na criação de textos.

Embora essas ferramentas possam apoiar o aprendizado e a ideação, também impõem desafios aos educadores que buscam garantir que os alunos desenvolvam suas próprias habilidades de escrita — e de pensamento — de forma autêntica. Para aqueles que questionam se ensinar escrita é um uso valioso do tempo, vale lembrar que escrever também é pensar; é uma das principais maneiras pelas quais os alunos constroem significado em torno de novas ideias e conceitos, sendo indispensável em qualquer disciplina, inclusive nas STEM.

Então, como garantir que você está ajudando seus alunos a aprender a escrever para as situações que enfrentarão nas aulas de STEM?

Estratégias para apoiar o ensino de escrita nas disciplinas de STEM

Compreender como melhorar a escrita em STEM exige instruções direcionadas que abordem as demandas da comunicação científica e técnica, além das melhores práticas de avaliação. Ao implementar as estratégias a seguir, educadores podem ajudar os alunos a desenvolver habilidades de comunicação necessárias para expressar seu raciocínio de forma eficaz nas áreas de STEM.

Use uma rubrica para orientar as tarefas escritas

Para cada atividade com componente de escrita, baseie suas expectativas em uma rubrica alinhada a padrões e reveja-a com os alunos antes do início do trabalho. Isso permitirá comunicar claramente os requisitos e possibilitará aos alunos acompanhar seu próprio progresso.

Quando os alunos sabem o que se espera deles (e como serão avaliados), estarão mais preparados para entregar o resultado desejado, tornando os objetivos de aprendizagem mais significativos.

Reconhecendo a necessidade de orientações claras, especialmente no ensino médio, a Turnitin desenvolveu três rubricas específicas de STEM: duas para argumentos científicos do 6º ao 8º ano e do 9º ao 12º, e uma para respostas curtas, todas baseadas na estrutura CEC (Claim-Evidence-Reasoning).

Ensine os alunos a escrever para sua área

Comentando sobre os desafios de engajar os alunos com escrita em STEM, Reynolds et al. (2012) destacam a dificuldade em “mover os alunos da ideia de que ciência é um conjunto de fatos para memorizar para uma compreensão mais profunda dos conceitos e do pensamento científico”.

Isso evidencia o papel da escrita como ferramenta para aprofundar o entendimento em STEM. O Dr. Richard Warren ressalta que “a escrita técnica de pesquisa é fundamental para comprovar seu processo e produto — é preciso fazê-lo de forma clara e concisa, tanto para uma audiência acadêmica quanto para o público em geral.”

Na sua sala de aula de STEM, os alunos provavelmente precisarão utilizar vocabulário específico da área e formatos formais de escrita técnica — ambos podem ser novos e desafiadores para muitos estudantes. Assim como em qualquer disciplina com exigências específicas, esses conceitos devem ser ensinados explicitamente e praticados com frequência.

A Turnitin disponibiliza recursos com atividades introdutórias de escrita voltadas para STEM que podem ser facilmente incorporadas em sala para fortalecer essas habilidades.

Inclua trabalho com vocabulário específico da área

Os alunos precisam compreender e aplicar o vocabulário usado nas áreas STEM. Isso exige tempo para aprender, praticar e internalizar os termos — o simples ato de copiar palavras e definições não é suficiente.

Sugestões práticas:

• Conecte palavras ao significado: use exemplos reais, imagens ou demonstrações.
• Incorpore vocabulário na escrita: promova tarefas curtas, como resumos ou reflexões, com o uso de novos termos.
• Reforce pela repetição: revisite os termos em diversas atividades para reforço contextual.

Ofereça feedback focado no conteúdo, não apenas em gramática

O progresso dos alunos em STEM se fortalece com feedback sobre o conteúdo de suas ideias, além de ortografia ou estrutura gramatical. Avalie o raciocínio lógico e a coerência da transição entre afirmação, evidência e justificativa.

Dicas úteis:

• Enfatize o uso de evidências: peça dados, experimentos ou pesquisas para sustentar argumentos.
• Equilibre o feedback técnico e conceitual: priorize a compreensão e resolução de problemas.
• Use ferramentas específicas: rubricas digitais e comentários direcionados (como QuickMarks) facilitam avaliações precisas e significativas.

A carga de trabalho dos educadores torna difícil adicionar mais tarefas escritas. Nesse contexto, ferramentas de IA podem otimizar a correção, garantir mais precisão e justiça, e liberar tempo para o ensino ativo. Tecnologias como OCR permitem aliar avaliações em papel à velocidade e precisão do digital, aprimorando as oportunidades de feedback.

Incentive a revisão

A melhor forma de melhorar a escrita dos alunos em STEM é promover e permitir tempo suficiente para revisões. Quando associada a rubricas e feedbacks específicos, a revisão oferece oportunidades para aprendizado a partir dos erros e consolidação das habilidades.

Importância da revisão:

• Reflete o processo científico: testar, ajustar e melhorar ideias.
• Estimula domínio de conteúdo e expressão: além de corrigir, permite aprofundar e refinar argumentos.
• Inclui revisão de conteúdo gerado por IA: avaliar criticamente e aprimorar respostas automatizadas fortalece a autonomia e o pensamento crítico.

Permita reenvios de versões revisadas e incentive a autonomia. Ferramentas formativas com feedback imediato ajudam os alunos a autoavaliar, regular e aprimorar sua escrita e entendimento em STEM.

Visão geral: Como melhorar a escrita em STEM

Melhorar a escrita em STEM é uma prioridade crescente, essencial para preparar os alunos para o sucesso acadêmico e profissional. Embora os princípios tradicionais da escrita ainda se apliquem, professores de STEM devem liderar o ensino de habilidades específicas da área.

Adotar estratégias focadas — como rubricas, ensino direcionado, feedback específico e estímulo à revisão — permite aos alunos desenvolver confiança e competência na comunicação científica e técnica. Educadores também devem contar com suporte tecnológico e recursos que reduzam sua carga de trabalho, contribuindo para um ensino interdisciplinar mais eficaz e alinhado às exigências do século XXI.