As crianças e a tecnologia

A educação é um assunto que, sob vários ângulos, apresenta desafios para alunos, pais, educadores e instituições. E se uma importante incorporação da tecnologia aos sistemas educacionais já estava em curso, com a pandemia, esses sistemas de acompanhamento tornaram-se uma extensão da sala de aula presencial.

Para algumas pessoas, dispositivos tecnológicos como tablets ou celulares não devem estar ao alcance das crianças pequenas porque se assume que elas ainda não têm preparação suficiente para evitar os perigos associados à utilização da Internet e das redes sociais, mas não podemos negar que essa tecnologia já faz parte de nossas vidas. Evitar o contato com esses tipos de ferramentas os distanciaria do ambiente que as cerca.

A solução está naqueles que são os principais guias das crianças: os pais e professores, que podem abordar as vantagens da tecnologia de forma responsável, compreendendo e apoiando a aprendizagem dos seus filhos graças à flexibilidade e acessibilidade que a tecnologia proporciona.

Prioridades para a educação das crianças

Na Convenção sobre os Direitos da Criança do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas de 2020, onde foram avaliados os desafios e prioridades para a educação das crianças, foram levantados quatro princípios básicos (4 As: Availability, Accessibility, Acceptability y Adaptability, ou em português, Disponibilidade, Acessibilidade, Aceitabilidade e Adaptabilidade) para a educação durante a pandemia, mas que podem permanecer válidos no contexto atual:

Acesso à tecnologia

De acordo com a Pesquisa Nacional sobre Disponibilidade e Uso de Tecnologias de Informação em Residências (ENDUTIH) de 2021, no México há um total de 91,7 milhões de usuários de telefones celulares. O número equivale a 78,3% da população estudada.

Dados do Statista, portal de estatísticas e pesquisas de mercado, indicam o número de usuários de celulares em outros países latino-americanos: Colômbia (35,08 milhões), Chile (16,9 milhões), Equador (11,5 milhões) e Brasil (167,5 milhões).

Segundo levantamento recente do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 94,7% dos estudantes usam o celular para estudar no país. A pesquisa do IBGE observou que entre os equipamentos com internet utilizados pelos alunos estão o computador (56,0%), a televisão (35,0%) e o tablet (13,4%). Esses percentuais para não alunos foram de 43,4%, 31,0% e 10,1%, respectivamente. O celular foi utilizado por ambas as categorias, alunos e não alunos, totalizando 97,4% e 98,9%, nessa ordem.

No entanto, o grupo de alunos não é homogêneo. Quando separados por rede de ensino, as diferenças são significativas no uso de computador, televisão e tablet para acessar a internet.

Em 2019, enquanto 81,8% dos alunos da rede privada acessavam a internet pelo computador, esse percentual era de apenas 43% entre os alunos da rede pública. O uso da televisão para acessar a Internet foi de 51,1% entre os alunos de escolas privadas, sendo esse percentual o dobro do apresentado entre os alunos de escolas públicas (26,8%). No uso do tablet, a diferença chega a quase três vezes. Mais uma vez, o celular foi o principal equipamento utilizado para acessar a internet tanto pelos alunos da rede pública (96,8%) quanto pela rede privada (98,5%).

Tecnologia na educação

Em muitos casos, as crianças assistem as aulas pelo celular e esse é um dos aparelhos que a geração mais jovem mais utiliza. As crianças entre 6 e 12 anos (que frequentam o ensino básico) são capazes de criar vídeos bem editados com música, ou fazer animações que antes eram assunto de profissionais. E muitas dessas criações são feitas intuitivamente. Então, imaginem o que elas poderiam conseguir com um bom direcionamento dessas habilidades.

A era da Edtech, ou tecnologia educacional, gera grandes oportunidades para transformar a forma como todos abordamos o conhecimento, mas com base nas necessidades de cada indivíduo. E não é só isso, ela aproxima a educação de quem não pode estar presencialmente em uma sala de aula. Pode-se dizer que democratiza o acesso ao aprendizado.

Embora os pequenos ainda não tenham formação crítica suficiente para escolher o melhor para eles no universo de possibilidades e opções oferecidas pelo mundo digital, pais e educadores têm sim capacidade de se informar e estar mais preparados para orientar seus filhos e alunos a fim de garantir que eles aprimorem suas capacidades por meio dos recursos que a tecnologia oferece. Não esqueçamos que precisamente entre os 6 e os 12 anos é o momento chave para o desenvolvimento intelectual e cognitivo das pessoas, além de ser uma época muito criativa e em que se aprendem conceitos complexos e abstratos. Em suma, estamos falando de uma etapa altamente receptiva para aquisição de conhecimento e construção das bases para o futuro. Hoje, a transformação digital da educação - em qualquer nível - está associada aos ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), que são um verdadeiro ecossistema onde a participação e o progresso do aluno podem ser supervisionados por pais e professores. A educação e a tecnologia são hoje uma dupla natural para as crianças, por isso vamos aproveitar a curiosidade natural dos pequenos para que adquiram as ferramentas que lhes permitam potencializar suas capacidades e competências particulares para se inserirem com sucesso numa sociedade cada vez mais digitalizada.

Saiba mais: https://www.instructure.com/pt-br/resources/blog/tecnologia-como-aliada-para-educacao-de-criancas

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