Daniel Goleman identifica o papel da inteligência emocional na educação
Priorizar a inteligência emocional é tão vital quanto desenvolver lado acadêmico, e essas competências também desempenham um papel decisivo ao longo da vida dos estudantes, afirma o jornalista norte-americano Daniel Goleman. Goleman acredita que a capacidade de utilizar habilidades como autogerenciamento, consciência social e relacionamento interpessoal é fundamental para uma trajetória bem-sucedida. Essas habilidades são essenciais em diversos contextos, seja um líder escolar com professores ou professores com alunos. Durante palestra no ArcoDay, evento promovido pela Arco Educação, em São Paulo (SP), nesta terça (18) e quarta-feira (19), o autor do best-seller “Inteligência Emocional” (Objetiva, 384 páginas) destacou que o gerenciamento dessas emoções é também essencial e vale a reflexão.“ E eu acho que a inteligência artificial só vai fortalecer essa tendência, porque as relações interpessoais, como as de professor para aluno, aluno para professor ou líder escolar para professores, são exatamente o que se precisa de uma pessoa”, afirmou. Daniel destacou que muitas pesquisas confirmam que uma inteligência emocional desenvolvida aumenta o desempenho, tanto na escola quanto no trabalho. “Embora as habilidades cognitivas sejam essenciais nos anos acadêmicos, é a inteligência emocional que se torna crucial para o sucesso na vida adulta”, afirmou Goleman.“ Embora as habilidades cognitivas sejam essenciais nos anos acadêmicos, é a inteligência emocional que se torna crucial para o sucesso na vida adulta”, afirmou Goleman. “A IE permite que as pessoas lidem com suas emoções, construam relacionamentos saudáveis e tomem decisões assertivas, habilidades cada vez mais demandadas no mercado de trabalho e na vida pessoal.” Pessoas emocionalmente bem-desenvolvidas, que conseguem gerenciar suas próprias emoções de forma equilibrada, tendem a se engajar mais em seus projetos, não apenas gostando do que fazem, mas também em termos de satisfação e produtividade. “Isso é interessante para quem possui escolas: quanto mais engajadas as pessoas que trabalham lá, mais rentável a escola tende a ser. Está correlacionado com a satisfação dos funcionários e com uma menor rotatividade, já que poucas pessoas pedem demissão se tiverem alta inteligência emocional”, comentou Goleman para uma plateia majoritariamente composta por lideranças escolares. QI x inteligência emocional Goleman considera polêmico, principalmente no ambiente escolar, mas igualmente importante abordar as diferenças entre esses dois aspectos da mente humana. “A diferença entre QI e inteligência emocional é como dia e noite. O QI é fixo, você nasce com um certo coeficiente e ele não muda muito ao longo da vida. No entanto, – e essa é a parte mais difícil de entender para os acadêmicos – o QI prevê muito bem o seu desempenho escolar”, explicou. O jornalista apontou que isso pode ser “herético” dentro do ambiente escolar, porque o QI influencia na obtenção de um diploma, na realização de um mestrado ou em um curso específico. Contudo, ele não é capaz de prever a progressão na trajetória profissional do aluno. “Uma vez nessa carreira, no entanto, algo bem diferente acontece. O QI se torna um limite de habilidade. Todos precisam de um certo nível dele para entrar naquela profissão, mas uma vez dentro, se destacar e se tornar um líder excepcional depende mais da inteligência emocional do que do QI”, disse. Atenção: habilidade fundamental para o aprendizado O autor destacou a importância da atenção como uma habilidade cognitiva crucial para o aprendizado. “A capacidade de focar e manter a atenção é essencial para absorver informações, processar conhecimentos e resolver problemas”, disse Goleman. “É preocupante que o transtorno de déficit de atenção seja frequentemente tratado apenas com medicamentos, sem que haja um esforço para desenvolver a capacidade de atenção das crianças através de métodos educativos adequados”, pontuou.
Saiba mais: https://porvir.org/daniel-goleman-identifica-o-papel-da-inteligencia-emocional-na-educacao/