Sara Hughes é CEO e fundadora da Scaffold Education, explora a importância dos professores, o papel deles como agentes da mudança e os desafios na formação de alunos com pensamento crítico
Neste mês celebramos o Dia dos Professores, agentes transformadores essenciais em nossa jornada de aprendizado. Os professores conhecem bem seus alunos para motivá-los, engajá-los e acreditar em sua capacidade de aprender e fazer a diferença em um mundo cada vez mais desafiador.
Como disse John Dewey, filósofo e pedagogo americano: “A educação não é preparação para a vida: a educação é a própria vida.” Essa citação enfatiza a visão integrada da educação como parte contínua da experiência de vida, não apenas um estágio preparatório.
O pensamento crítico faz parte das 10 competências estabelecidas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que o Ministério da Educação (MEC) acredita ser essencial para a formação de um cidadão.
Se a vida é uma experiência de aprendizado, os professores também precisam aprender. Assim, eles se tornam modelos para aqueles que desejam ser curiosos ao longo da vida.
Qual o papel das empresas neste cenário, após os alunos seguirem para o mercado de trabalho?
Em um mundo dinâmico e tecnológico, como será a adaptação dos professores às mudanças constantes? Como podemos apoiá-los, junto aos gestores escolares, nessa transformação fundamental para o futuro?
Essas perguntas são cruciais e a sociedade, incluindo empresas, que precisam pensar em como apoiar essas mudanças significativas para ajudar empresas a desenvolver habilidades.
Dificilmente encontraremos candidatos prontos, pois precisamos oferecer jornadas de aprendizado que agreguem conhecimento efetivo e prático. Segundo o Future of Jobs Report, cerca de 94% dos líderes empresariais esperam que seus funcionários adquiram novas habilidades até 2025.
No mundo corporativo, há uma crescente preocupação com a saúde mental dos colaboradores e a criação de ambientes mais acolhedores. Esses espaços devem permitir que as pessoas se sintam bem sendo elas mesmas, aprendendo, experimentando e questionando.
E nas escolas? O que podemos fazer para ajudar os professores a criar ambientes igualmente acolhedores que beneficiem os alunos? As escolas estão se preparando para "saber aprender", gostar de aprender e entender o mundo para resolver problemas complexos?
Necessidade de aprendizado contínuo
A experiência escolar é uma oportunidade para aprender sobre coletividade e convivência em sociedade. Brincar e criar com outros amplia a compreensão do papel de cada um no mundo. A transformação digital, presente em todos os ambientes, exige novas aprendizagens e apoios adequados.
O lifelong learning (aprendizagem contínua) acontece quando sentimos a necessidade de mudar e adaptar nossos conhecimentos.
Um levantamento feito pelo Pew Research Center mostrou que cerca de 73% dos americanos se consideram lifelong learners, indicando uma forte adesão ao conceito em países desenvolvidos.
A necessidade de ter um olhar especial e acolhedor com os professores
Acredito que devemos ter um olhar especial para os professores, garantindo que eles se sintam acolhidos. Esses profissionais enfrentam uma grande pressão, o que pode gerar receio em criar metodologias e experimentar abordagens diferentes em sua rotina de trabalho.
A cobrança sobre os educadores é intensa e é essencial que as escolas proporcionem um ambiente saudável, que favoreça o desempenho de suas funções.
E na escola, o que promove a mudança? Os pais estão atentos às novas necessidades e apoiando tendências ou se habituaram aos métodos tradicionais? Os diretores e gestores estão abertos ao novo e disposto a implementar mudanças inovadoras?
O ambiente escolar pode ser um espaço de criatividade e exploração, onde não há uma única resposta correta. O mundo atual valoriza e celebra novas competências para um contexto dinâmico e tecnológico.
Com a ascensão da Inteligência Artificial, quais habilidades nossos alunos precisarão desenvolver para se destacarem?
As escolas devem se reinventar, refletindo sobre como ensinar e como envolver os alunos, investindo tempo para que eles sejam protagonistas de sua aprendizagem e desenvolvam habilidades socioemocionais e pensamento crítico. Isso requer metodologias ativas, diálogos e projetos que incentivem a criatividade.
A tecnologia deve ser utilizada não apenas como ferramenta, mas como um meio para ampliar processos cognitivos e promover maior curiosidade.
Para que isso aconteça, é fundamental construir um ambiente que seja possível e desejável, onde todos possam explorar suas potencialidades. Embora a tecnologia seja parte dessa jornada, os fundamentos para a exploração são mais básicos e exigem reflexões contínuas e um compromisso coletivo.
Saiba mais em: https://exame.com/bussola/qual-e-o-real-proposito-dos-professores/