A IES como mentora, da escolha do curso à aposentadoria

A 4ª Pesquisa de Empregabilidade do Instituto Semesp, em parceria com a Workalove e Pravaler, aponta que o diploma do ensino superior segue valorizado e tem efetividade na empregabilidade dos egressos, mas também traz recados inequívocos às IES, como o da necessidade de ressignificação do setor de carreiras.

“A aproximação da IES com o setor produtivo é o começo”, afirma Fernanda Verdolin, CEO da Workalove.

Os números foram apresentados no 26º Fórum Nacional do Ensino Superior Particular Brasileiro (Fnesp), em setembro, na capital paulista. A pesquisa ouviu 5.681 egressos de 178 instituições de ensino superior, 96,8% deles da rede privada.

A pesquisa apontou que a maioria dos egressos exerce atividade remunerada (87,3%); 71,13% dos que estudaram na modalidade presencial trabalham em suas áreas de formação e entre os que frequentaram a modalidade EAD, 53,9%.

“A pesquisa confirma o que o IBGE já mostra. Comprovadamente, a menor taxa de desocupação no mercado de trabalho está com quem conclui o ensino superior”, afirma Fernanda Verdolin, CEO e Founder da Workalove, editech que desde 2022 se insere no ecossistema de soluções educacionais do Pravaler.

  

Dos egressos que exercem atividade remunerada, 50,7% recebem entre 3 mil e 10 mil reais mensais. A renda média de quem tem graduação é de R$ 4.113 e sobe para R$ 5.924 entre os que têm pós-graduação. Baseada em outras pesquisas disponíveis no mercado, Fernanda destaca que “quem está com a carteira assinada no mercado de trabalho ganhando essa renda tem muito mais relação com cargos de nível médio do que com cargos de nível superior”.

No universo de egressos que trabalham, 52,9% afirmaram que a instituição não auxiliou na entrada no mercado de trabalho, em itens como escolha da carreira, montagem do currículo e processo de encontrar a vaga.

A CEO lembra que “a empregabilidade não é só conseguir emprego, é também renda, atuar na área de formação, desenvolver todo o seu potencial, sua carreira, com transições para cada vez mais aumentar sua capacidade de renda, riqueza e trabalho”.

 

Um setor de carreiras para toda a vida

Fernanda destaca a importância de uma solução de educação de carreiras para que as IES ressignifiquem seu papel e apoiem o estudante desde a tomada de decisão pelo curso do ensino superior até a aposentadoria. Uma IES que se torna mentora. “O estudante deveria ser visto por gestores de IES como estudante para o resto da vida. Até o dia em que ele disser ‘não quero mais trabalhar, chegou a hora de descansar’.

Ela defende, ainda, que as IES se posicionem ajudando o estudante a escolher com efetividade e racionalidade o curso que faz mais sentido para o seu perfil e tenha um programa de apoio durante toda a graduação. “Minha tese é que mais do que uma prova para ingressar, o vestibular seja um processo de autoconhecimento, de ajuda na tomada da decisão mais difícil da vida do jovem, porque ele está com 16, 17 anos, muito novo para tomar uma decisão que vai determinar os próximos 10, 20, 30 anos da vida.

Com a ajuda na decisão do curso e o acompanhamento ao longo da graduação – com estágio na área, compreensão do mapa de carreiras, possibilidade de atuação profissional –, o estudante “começa a entender que a instituição não é só cobrança e processo de ensino-aprendizagem, é uma instituição que tem uma proposta de valor diferenciado”. É também nesse contexto que o senso de pertencimento se edifica.

  

“Nos EUA, por exemplo, já funciona assim e quem matricula o aluno é o setor de carreiras, e aqui é o setor registro acadêmico, com uma pessoa que não sabe muito sobre como é o curso ou tenha a noção de um mapa de carreiras. Além disso, no Brasil não há muita flexibilidade curricular. Nos EUA, é possível criar a estrutura curricular à medida que o aluno vai avançando na sua jornada, cursando a graduação de acordo com os seus objetivos profissionais.”

A aproximação da IES com o setor produtivo é o começo, fala Fernanda. Contatos com empresas locais e regionais podem significar aos estudantes uma entrada no mercado de trabalho menos dolorosa e mais impactante. E esse impacto não só é positivo para o aluno, mas para a IES, no seu papel de promotora do desenvolvimento socioeconômico local e regional.

Os estágios são bem-vindos desde o primeiro período. A atuação no ambiente de trabalho proporciona o desenvolvimento das competências socioemocionais, âmbito em que a teoria ajuda muito pouco.

 

Oportunidades de renda

A busca por estágios estabeleceu um mercado bastante específico no Brasil com a atuação de agentes de integração, que ganham das empresas percentuais do valor da bolsa do estudante para alinhar as vagas aos perfis. Fernanda propõe que, no contexto em que a IES implante uma cultura de educação de carreiras, assuma o gerenciamento dos estágios – há, inclusive, tecnologias que auxiliam nessa tarefa – e some, assim, mais um ganho, o financeiro.

Saiba mais em: https://revistaensinosuperior.com.br/2024/10/24/a-ies-como-mentora-da-escolha-do-curso-a-aposentadoria/

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